segunda-feira, 12 de abril de 2010

A artificialidade impera

Por mais que chova, os atingidos na alma são sempre os da periferia, os de baixo, os ninguéns, senhores de nada. É repugnante observar as caras e bocas comovidas dos repórteres de plantão que nos seus noticiários misturam ficção e realidade, simplificando a história ao extremo. Uma grande catástrofe é mostrada para logo depois virem os gols da rodada. Ao invés de um programa que debata o assunto na raiz, um programa de humor para nos fazer rir mas, espera aí, já nos esquecemos que minutos atrás estávamos comovidos, chorosos com uma certa matéria...do que mesmo? Esqueçemos. Tudo se mistura nos noticiários de plantão para que tudo parece igual a coisa alguma. A artificialidade impera e tudo pareça ser neutro, alheio a mecanismos regulatórios, de controle. A culpa mesmo é do acaso da natureza ou do descaso das autoridades. A política mesmo, como construção da pólis fica então silenciada no tonante boa noite de um William Bonner, e todos nós, brasileiros, respondemos, já sonolentos: BOA NOITE.

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