sábado, 24 de abril de 2010

MST realiza marcha

Mais de cinco mil trabalhadores rurais Sem Terra devem participar da marcha de Feira de Santana a Salvador, que acontece entre os dias 19 e 26 de Abril. A marcha pretende chamar a atenção dos governos e da sociedade para a urgência da Reforma Agrária no Brasil, bem como para as recentes e reiteradas tentativas de criminalizar as lutas sociais no país.

Na Bahia, o movimento sofre com o atraso no processo de assentamento das mais de 25 mil famílias acampadas debaixo de lona preta. A falta de funcionários no Incra, a burocracia no licenciamento ambiental e a falta de empenho dos governos federal e estadual emperram a Reforma Agrária no estado.

Pautas negociadas em marchas anteriores ainda estão à espera de cumprimento, como assistência técnica, crédito e infra-estrutura (luz elétrica, construção de casas, estradas e escolas) nos cerca de 120 assentamentos das 9 regionais do MST no estado.

Marcha

Atividade integrante da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária 2010, a marcha contará com várias atividades artísticas e educativas, além de atos em parceria com outros movimentos sociais, nas cidades e comunidades por onde passará. Os Sem Terra percorrerão mais de 100 km pela BR 324, em sete dias de caminhada. Após as longas caminhadas da manhã, haverá cursos de formação política, oficinas de arte-educação e rodas de capoeira. O Cinema da Terra fará a exibição de diversos filmes que retratam a luta e a cultura dos povos, e os artistas da Reforma Agrária farão pequenas apresentações para animar as noites culturais e a caminhada. A Rádio Livre MST fará transmissões ao vivo, com informes e entrevistas.

Como parte das ações da Jornada, o movimento realizou neste mês cerca de quinze ocupações, até o momento. Pelo menos o dobro de ações são esperadas até a marcha.

domingo, 18 de abril de 2010

A barganha de Fausto

A barganha de Fausto

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É possível que o poder nuclear leve as civilizações a se autodestruírem
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Por Marcelo Gleiser

Retirado do UOL

Numa era nuclear, somos a exceção ou a regra? O encontro internacional sobre segurança nuclear, que ocorreu nesta semana em Washington, dá-nos a oportunidade de refletir sobre as causas dessa terrível situação. Considerando que nosso futuro será, em grande parte, determinado por nossa atitude perante a questão nuclear, é bom nos perguntarmos como chegamos até aqui, com o poder de destruir a civilização. O que isso nos diz sobre quem somos como espécie?

Talvez seja útil retornar a um tópico que, à primeira vista, pouco tem a ver com essa discussão ética: a existência de civilizações extraterrestres. No início da década de 1950, enquanto almoçava na lanchonete do laboratório de Los Alamos -o mesmo onde, alguns anos antes, a primeira bomba atômica foi construída-, o grande físico Enrico Fermi parou de comer e perguntou aos seus companheiros: "Onde está todo mundo?".

Seus amigos olharam em torno, procurando quem estava atrasado. "Não, estou falando dos alienígenas. Onde estão eles?"

Com um guardanapo e caneta, Fermi mostrou que, se nossa galáxia tem 10 bilhões de anos e um diâmetro de 100 mil anos-luz, uma civilização que houvesse aparecido, digamos, um milhão de anos antes da nossa teria tido tempo de sobra para colonizar a galáxia por inteiro. Sendo assim, insistiu, onde está todo mundo?

Existem várias respostas para essa questão, conhecida como "Paradoxo de Fermi". A que importa para a nossa discussão de hoje argumenta que os alienígenas não estão aqui porque toda civilização que é capaz de fabricar bombas nucleares se autodestrói. Sem dúvida, uma visão extremamente pessimista da história das civilizações.

Dado isso, devemos nos perguntar se nossa história sob o jugo das armas nucleares nos últimos 65 anos é exceção ou regra. Somos como esses alienígenas suicidas ou mais espertos?

Nossa aniquilação é inevitável ou será que seremos capazes de garantir nossa sobrevivência mesmo tendo em mãos armas de destruição em massa? Infelizmente, armas nucleares são monstros que jamais desaparecerão.

Nenhuma descoberta científica "desaparece". Uma vez revelada, permanece viva, mesmo se condenada como imoral por uma maioria. A barganha faustiana que acabamos por realizar com o poder tem um preço muito alto. É irreversível. Não podemos mais contemplar um mundo sem armas nucleares. Sendo assim, será que podemos contemplar um mundo com um futuro?

O medo e a ganância -uma combinação letal- trouxeram-nos até aqui. Por milhares de anos, cientistas e engenheiros serviram o Estado em troca de dinheiro e proteção. Cercamo-nos de inimigos reais ou virtuais e precisamos proteger nosso país e nossos lares a qualquer preço. O patriotismo é o maior responsável pela guerra. Não é à toa que Einstein queria ver as fronteiras abolidas.

Olhamos para o Brasil, os Estados Unidos e a Comunidade Europeia, onde fronteiras são cada vez mais invisíveis, e temos evidência empírica de que a união de Estados sem fronteiras leva à estabilidade e à sobrevivência. A menos que as coisas mudem profundamente (por exemplo, se São Paulo resolver se separar do resto do país...), é difícil ver essa estabilidade ameaçada. Será, então, que a solução -admito, extremamente remota- é um mundo sem fronteiras, uma sociedade de fato globalizada e economicamente integrada? Ou será que existe outro modo de garantir nossa sobrevivência a longo prazo com mísseis carregando armas nucleares apontados uns para os outros, prontos a serem detonados? O que você diz?
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MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA) e autor do livro "Criação Imperfeita"

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pré-conceito não ajuda

Determinadas mensagens sobre Lula ou sobre qualquer outro político brasileiro, como a que me enviaram abaixo pode ser engraçada, mas não ajuda em nada o entendimento do papel da política na vida da cidade, do estado e do país. Política é correlação de forças e enquanto ficarmos esperando um salvador da pátria para resolver os problemas que só podem ser resolvidos pela organização social, pelos movimentos sociais organizados em torno de propostas debatidas por dentro de partidos é que poderemos pensar em mudanças substantitvas para o nosso país e para a democracia, esta, por exemplo, ainda resumida pela representatividade nas eleições. Quando chegaremos ao momento em que teremos no país uma democracia participativa? Cidadãos ou sujeitos históricos emancipados?

Tenho muitas críticas ao Lula. Mas como nunca votei no homem mas, sim, no projeto que ele encarnava, posso ficar tranquilo com os acertos e os tropeços. E embora tenha sido muitos, houve também muitos acertos que somente pessoas com ÓDIO DE CLASSE na veia e que adora pensar de forma maniqueísta (ou foi BOM ou foi RUIM) pode não aceitar que os oito anos do geverno lula, apesar dos pesares, foi muito mais satisfatório do que os do FHC, não é por menos que esta eleição está se tornando quase que plebiscitária e o PSDB não que nem de longe, que o FHC apareça para dar aquela força.

Dilma ou Serra? Se quisermos solidificar as conquistas e ampliá-la, é só olhar com pacimônia a história e verificar que Dilma é a melhor candidata. O tempo dos representantes do neoliberalismo brasileiro já se foi. O DEM (ex-PFL), tá quase morto. Precisamos matar também o PSDB. Esse é um momento ímpar para o Brasil voltar a ser um país com pensamento progressista, tão como na época de JANGO, que os militares resolveram matar.

Tudo isso consciente do que Gramsci nos ensinou, de que o ESTADO é o gerente da burguesia, e de que não será na super-estrutura que as mudanças substantivas virão, apesar de ainda precisarmos dela, mas da estrutura, da relação do homem e das mulheres com os outros homens e mulheres organizados socialmente e tendo claro que sob o domínio do capital, não há alternativa viável para a emancipação humana.

Nos organizemos, lutemos, pois a direita combalida não tá morta, e ela vai fazer tudo para voltar a ter as rédeas do estado.

Abraços fraternos

Welington
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Virei casaca pro lado do Lula

Hoje, refletindo sobre o efeito do nada, sobre o porra nenhuma, me dei conta de que o Brasil é o único país do mundo:

a) governado por um alcóolatra que instituiu uma lei seca,

b) um analfabeto que assinou uma reforma ortográfica,

b) tem um filho formado em porra nenhuma, que é o gênio das finanças, e

c) teve a cara de pau de pedir a Deus para dar INTELIGÊNCIA a Barack Obama, que é formado em Harvard.


Depois disso, EU TINHA QUE MUDAR DE LADO. Resolvi lular

Que me desculpem os meus amigos e, por favor, não me critiquem, nem mandem e-mail's indignados.

Antes, reflitam melhor sobre a situação atual. Tenho certeza que também ficarão ao lado do Lula.

Afinal, se eu ficar atrás... ele me caga e se eu ficar na frente... ele me fode.


Portanto, a melhor opção é ficar ao lado dele.

ENQUANTO ISSO, ESPERO E SONHO QUE TUDO VOLTE AO NORMAL ..

Será o dia em que:

ARRUDA será uma simples plantinha pra espantar mal olhado;

GENUINO será algo verdadeiro;

GENRO apenas o marido da filha;

SEVERINO apenas o porteiro do prédio;

FREUD voltará a ser o só criador da Psicanálise;
LORENZETTI será só uma marca de chuveiro;

GREENHALGH voltará a ser um almirante que participou de nossa história;

Dirceu, Palloci, Delúbio, Silvio Pereira, Berzoini,Gedimar,Valdebran, Bargas, Expedito Veloso, Gushiken, Renan etc, serão simples.... presidiários.


E LULA APENAS UM FRUTO DO MAR.

Finalmente, quando olho meu titulo de eleitor, velhinho, coitado, sempre usado desde 1976 e vejo o Lula aliado ao Collor e, pasmem, na defesa da vida ilibada dos Sarneys, concluo que entendo o verdadeiro significado do nome 'ZONA ELEITORAL' escrito nele!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A artificialidade impera

Por mais que chova, os atingidos na alma são sempre os da periferia, os de baixo, os ninguéns, senhores de nada. É repugnante observar as caras e bocas comovidas dos repórteres de plantão que nos seus noticiários misturam ficção e realidade, simplificando a história ao extremo. Uma grande catástrofe é mostrada para logo depois virem os gols da rodada. Ao invés de um programa que debata o assunto na raiz, um programa de humor para nos fazer rir mas, espera aí, já nos esquecemos que minutos atrás estávamos comovidos, chorosos com uma certa matéria...do que mesmo? Esqueçemos. Tudo se mistura nos noticiários de plantão para que tudo parece igual a coisa alguma. A artificialidade impera e tudo pareça ser neutro, alheio a mecanismos regulatórios, de controle. A culpa mesmo é do acaso da natureza ou do descaso das autoridades. A política mesmo, como construção da pólis fica então silenciada no tonante boa noite de um William Bonner, e todos nós, brasileiros, respondemos, já sonolentos: BOA NOITE.