Nos últimos dias, as regiões de Ilhéus, Buerarema e Una vem sendo palco de manifestações tanto dos índios Tupinambás quanto de produtores, empresários e outros.
A luta é pelo 47.370 hectares de terras que segundo a FUNAI, pertence aos ìndios Tupinambás. Os outros discordam e o conflito gerado em função disso já registrou mortes.
Até onde consigo lembrar, quando os portugueses, após invadirem o nosso país, começaram a colonização na Bahia, os Tupinambás dominavam extensas áreas da região.
Toda a zona costeira do São Francisco até junto dos Ilhéus estava sujeita ao domínio das tribos indígenas, incluindo aí os Tupinambás.
Eis um conflito que ainda vai dar muito o que falar. O governo do estado precisa se pronunciar imediatamente para evitar novas mortes na região.
Talvez, quem sabe, tal como ocorreu na Terra Indígena Raposa-do-Sol, a demarcação seja um caminho, embora lá, também, o problema não esteja ainda resolvido por completo.
O fato é que este conflito transcende, em muito, as particularidades dos direitos indígenas para se subscrever no eterno conflito de terras no Brasil, país que ainda não realizou efetivamente a sua reforma agrária
6 comentários:
...enquanto existir seres humanos, haverá sempre conflitos, jogos de interesses, se tratando então de terras, observamos as mais variadas tragédias em torno da posse de terras e demais explorações dos recursos naturais, como é o caso do petróleo no Iraque...e sempre persistindo aquele velho ditado "Manda quem pode, obedece quem tem juízo"...
Sabe, Welington, eu conheci, recentemente, a Cacique Valdelice da tribo Tupinambá de Olivença/Ilhéus. Ela foi a palestrante em um Seminário que abordava a Lei 11.645/2008 (obrigatoriedade da temática indígena no currículo escolar ). A Cacique falou da dura realidade da tribo e destacou a insuficiência de políticas públicas para o seu povo. Ressaltou a questão das terras indígenas no Brasil, confirmando que as mesmas são invadidas, os índios são assassinados a ainda são tidos como bandidos quando lutam por justiça e que sempre aparecem na mídia envolvidos em conflitos. Também falou sobre a maneira equivocada/preconceituosa/estereotipada como a escola trata as realidades históricas e atuais dos povos indígenas. Foi uma fala "real", um "chamamento" para a questão indígena no país.
Lendo seu artigo, veio à minha memória o poema que eu falei para a Cacique, concordando com ela sobre o modo como a sociedade
não-indígena se porta diante da situação dos povos nativos. O poema é de Eduardo Alves da Costa: "Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia,o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada".
ANÔNIMA
Querida anônima. Obrigado pela sua intensa participação no blog. Gostaria muito de te tratar pelo nome, mas... tudo bem.
Obrigado também por me ter tirado uma dúvida digna de postagem. Imaginava, até agora, que o poema que vc citou era do russo Maiakoviski. Quando na verdade é do brasileiro Eduardo. Ainda ouço muita gente boa citá-lo como de Maiakoviski fosse.
Se já gostava deste poema, agora mais ainda.
Em relação a situação dos índios, sempre tive muita preocupação. Tenho uma aluna que convive muito com uma tribo de porto seguro. Ela sempre vai por lá e de vez em quando leva o pessoal pra fazer palestra na faculdade. Os relatos, entra ano e sai ano são sempre os mesmos:descaso!
A terra é de quem a trabalha e pelo que sei, indio do sul da Bahia não sabe o que é isso, eles querem encontrar pronto.
djalma-foca@hotmail.com
O problema amigo Djalma, é que os índios já se contamiram com os costumes do homem branco...
O que você, Djalma, chama de trabalho, eu chamo de ESCRAVIDÃO.O que você acha que é trabalho é EXPLORAÇÃO. O que você chama de encontrar pronto , eu chamo de SABEDORIA. Nós, "civilizados", estamos destruindo a natureza e criamos a miséria e são eles, os índios, que são sevalgens.
ANÔNIMA
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