sexta-feira, 5 de junho de 2009

Meio ambiente

Comemoramos hoje o dia do meio ambiente. Essa data foi criada por lei, em 1972, pela Organização das Nações Unidas em uma Conferência Mundial que reuniu 113 países e mais de 250 Organizações não governamentais. Em pauta, a degradação que o homem tem impingido no meio ambiente e os riscos desta degradação a própria vida humana, a própria sobrevivência da espécie. Ao Estado e à sociedade civil foram imputadas responsabilidades práticas para a necessária sobrevivência dos homens e das mulheres na terra.
Mas o curioso é que esta terra com a qual nós temos responsabilidades não se resume única e exclusivamente ao PLANETA, mas a terra enquanto chão, solo, terreno cultivado de uma propriedade e é justamente aqui, neste ponto, que o problema se apresenta e se extende para todos os pontos cardeais como um problema sócio-histórico e não apenas de boa vontade do Estado ou da sociedade civil. Tomemos as reflexões de Ademar Bogo situadas no seu mais novo livro.
Foi a partir de 1850, com a Lei de Terras, n. 601, de 18 de setembro, promulgada por D. Pedro II que, a terra, um bem da natureza, passou a ter preço. Hoje, podemos achar ridículo alguém pretender cobrar pelo uso da água de um rio; pois antes do final do século 19, acharíamos igualmente ridículo cobrar pelo uso da terra. Sem dúvida, já podemos antever que chegará o dia em que a água se tornará propriedade, assim como a terra, e alguns poucos senhores tornar-se-ão donos, que terão o poder total sobre a própria existência da vida.
O território brasileiro "possui 600 milhões de hectares cultiváveis, dos quais 250 milhões (...) são áreas devolutas e 285 milhões são considerados latifúndios improdutivos. Cento e trinta e oito milhões de hectares estão nas mãos de 285 mil proprietários."
A elevada concentração da propriedade da terra impossibilita o desenvolvimento social e político do "interior" do Brasil (...) constituindo-se numa afronta à democracia. "trocando em miúdos, apenas 40 mil grandes proprietários controlam mais de 400 milhões de hectares de terra, o que significa uma média de 10 mil hectares por família." E uma família precisa no máximo de 20 hectares para viver.
(...) os latifundiários são grandes capitalistas, e o latifúndio é explorado por empresas transnacionais, por bancos, pelos donos da indústria e do comércio. (...) onde há latifúndio, sua identidade espalha a pobreza econômica, social e cultural (...). [Citações das páginas 67-68]
Se queremos mesmo acabar com a depredação da natureza, manter a humanidade, precisamos urgentemente questionar o próprio Estado que parece existir apenas para gerenciar os interesses do capital, das corporações, dos latifundiários entre outros. Somente assim poderemos salvar o planeta e tudo o que nele existe.Inclusive nós mesmos.

3 comentários:

Anônimo disse...

A socialização das terras é um passo fundamental para a emancipação social

Welington Silva disse...

Regina Duarte, mais uma vez, protagoniza o seu medo. Desta vez o medo dela não era de Lula, mas da demarcação das terras indígenas na reserva Raposa do Sol.
Para quem não sabe, a artista global tem terras por lá!

Anônimo disse...

Tudo o que está acontecendo com o meio ambiente é fruto do sistema capitalista, portanto, não adianta o governo e as empresas tentarem resolver o problema através de tratados e acordos ambientais (necessário dizer que nunca saem do papel). O consumo vem em primeiro lugar e para a produção de bens consumíveis os países do mundo destruíram e estão destruindo a natureza (combustíveis fósseis, expansão industrial, agricultura mecanizada, etc). Não adianta tentar separar a questão ambiental da questão socioeconômica. O texto de Welington salienta bem isso. Entretanto, isso não significa que vamos cruzar os braços e dizer que o problema é dos governos e das empresas. Coletivamente vamos pressionar, mas devemos também agir, individualmente, para evitar e diminuir o desequilíbrio ecológico fazendo ações como separar o lixo, pegar ônibus, comer menos carne, não jogar no lixo pilhas, não deixar a torneira aberta enquanto escova os dentes, usar sacola para as compras e evitar assim as sacolas plásticas, usar lâmpadas fluorescentes, desligar por completo os aparelhos eletrônicos, etc. Pode parecer que são práticas "bestas", que de nada vão adiantar diante do gravíssimo problema ambiental que afeta toda a Terra e terra. Mas não é verdade. São os esforços individuais que também ajudarão o meio ambiente. A questão ambiental é responsabilidade de todas e todos, afinal, somos nós, seres humanos( ou serão desumanos?? ), que causamos com nossa maneira de viver e ser tudo de ruim que está acontecendo com o nosso planeta, então, cabe a nós, sermos a solução.

ANÔNIMA