Apesar do emprego em todo o mundo ter crescido 30% entre 1990 e 2007, a desigualdade de renda aumentou e pode piorar com a atual crise financeira. A informação é de relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho), sediada em Genebra, na Suíça.
Sálarios x Produtividade
China teve os maiores aumentos porcentuais tanto nos salários quanto na produtividade entre 1990 e 2004, seguida da África do Sul. No Brasil, a produtividade evoluiu mais que os salários, que chegaram a sofrer uma queda de mais de 2% entre 1995 e 2004.
Dois terços dos 85 países estudados tiveram aumento na desigualdade entre 1990 e 2000, segundo o relatório. Até 2005, o período viu uma disparidade de 70% entre os rendimentos de 10% dos assalariados mais ricos e os 10% mais pobres.
Para a OIT, o dado representa um aumento na distância entre os altos executivos e o empregado médio. Em 2007, por exemplo, os diretores executivos das 15 maiores empresas americanas receberam salários 520 vezes maiores do que o do trabalhador médio. Em 2003, eles eram 360 vezes maior.
Desigualdade
Menos de um terço dos países conseguiu diminuir a desigualdade de renda. Entre eles, o Brasil e o México.
Os salários também diminuiram sua participação no total da renda da população em 51 dos 73 países que foram avaliados neste critério. A América Latina e o Caribe tiveram a maior queda porcentual, de 13%. A região foi seguida pela Ásia e Pacífico, com recuo de 10%, e das chamadas Economias Avançadas, com 9%.
Dispersão
Os maiores índices de dispersão salarial foram vistos no Brasil, na Índia, na China e nos Estados Unidos. Os menores, na Bélgica e nos países nórdicos.
A entidade afirma ainda que os trabalhadores foram menos beneficiados pelo ciclo de crescimento econômico das últimas duas décadas do que em períodos de expansão anteriores. Assim, a atual desaceleração da economia mundial deverá afetar "de maneira desproporcional os grupos de baixa renda" e intensificar as desigualdades.
FONTE http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/10/16/ult23u2637.jhtm
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