segunda-feira, 25 de maio de 2009

A justiça é cega para alguns.



Em março, aqui mesmo no nosso blog, conversamos sobre a questão da justiça nesse nosso país. Falávamos de um senhor, que no estado do Piauí estava preso há mais de um ano por ter roubado uma escova.

Junto com esta notícia, trouxemos dados do Ministério da Saúde de 2008 que demonstrava que 58% da população brasileira não tinha acesso adequado a escova de dente.

Não estávamos querendo justificar o roubo da escova de dente quando mencionamos o dado do Ministério, apenas queríamos fazer uma relação com um tal de Daniel Dantas, solto várias vezes por habeas corpus impetrado por ninguém menos do que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o senhor Gilmar Mendes. Poderoso este Daniel.

Por que estamos voltando a este assunto?

Simplesmente porque mais uma vez a Justiça brasileira exibiu a sua face classista no caso da dona da boutique de luxo Daslu. Esta, logo depois de presa por arrombar o cofre público em nada mais, nada menos que R$ 1 bilhão, foi solta rapidinho pelo mesmo expediente do habeas corpus.

A nossa deusa Têmis, aqui no Brasil, deixa ladra de xampus, desodorantes, escovas e galinhas mofando nas cadeias durante anos a fio, sem a justiça nem ao menos conceder o que no Direito se chama "princípio de insignificância".

Enquanto isso, essa mesma justiça, que mais uma vez demonstra ser altamente seletiva, deixa solto os ladrões de colarinho, as ladras de luxo, os políticos corruptos e por aí afora.

Na matéria de março, perguntávamos "Quem escovará Têmis?". Agora perguntamos, escovar somente resolve?

Um comentário:

Jeferson disse...

Seria mais ou menos como dizem por aí. Em terra de cego quem tem um olho é rei. Nesse caso, a justiça é caolha.