sexta-feira, 3 de julho de 2009

Marketing

Com as restrições à publicidade infantil na televisão e, também, a extinção dos outdoors em São Paulo, as empresas estão se utilizando de estratégias como o chamado "marketing de guerrilha".

Elas estão, através de palestras, gincanas e teatrinho, buscando promover os seus produtos com os "inocentes" brindes distribuídos durante as atividades.

Eis que a publicidade entrou nas escolas paulistas. Não vai demorar, teremos patrocinadores nas camisas e mangas do uniforme escolar e/ou marcas diversas em lápis, canetas e cadernos, tudo, dirão, pedagogicamente orientado.

3 comentários:

Anônimo disse...

A publicidade não poupa ninguém em sua ânsia mercadológica. Cada vez mais a infância é adultilizada e desde o berço, as crianças já são consumidoras, ou melhor, consumistas. A consequência é óbvia na obesidade infantil, na erotização precoce, nos valores materialistas...
Quem salvará nossas crianças?

Welington Silva disse...

Penso que não exista um salvador das crianças, assim como não existe um salvador da pátria. O trabalho não será de um ou outro herói, a educação das crianças e dos jovens não se processa única e exclusivamente na escola, embora dela não deva prescindir. É um conjunto de elementos mediadores da realidade que nos circula, sempre muito complexa e contraditória que nos faz enquanto um ser genério em-si (individualista) ou para-si (coletivista). É atacando o conjunto destas mediações pela ação humana consciente de uma outra materialidade sócio-metabólica das relações humanas que iremos, no próprio movimento do real, desenvolvendo outras sociabilidades que não precisem de marketing ou qualquer coisa que o valha para existir. Como nos diz marx, destruir as ilusões, é destruir uma sociedade que precisa de ilusões para existir.

Lúcia Leiro disse...

A questão é que ideologia está sendo inscrita nesses espaços já legitimados socialmente, pois o tratamento da aparência parece querer sobrepor-se ao conteúdo ou desviar-se dos problemas que são da ordem do conteúdo.

Acredito que se trata de uma reinvenção da escola por meio de elementos valorizados pela lógica do capital e do consumo pautada na reverência às coisas e não às pessoas (Chomsky). As pessoas, nessa lógica, são reificadas, tornam-se coisas e são significadas como tal.