Com as restrições à publicidade infantil na televisão e, também, a extinção dos outdoors em São Paulo, as empresas estão se utilizando de estratégias como o chamado "marketing de guerrilha".
Elas estão, através de palestras, gincanas e teatrinho, buscando promover os seus produtos com os "inocentes" brindes distribuídos durante as atividades.
Eis que a publicidade entrou nas escolas paulistas. Não vai demorar, teremos patrocinadores nas camisas e mangas do uniforme escolar e/ou marcas diversas em lápis, canetas e cadernos, tudo, dirão, pedagogicamente orientado.
Flamengo e Atlético-MG
Há 2 semanas
3 comentários:
A publicidade não poupa ninguém em sua ânsia mercadológica. Cada vez mais a infância é adultilizada e desde o berço, as crianças já são consumidoras, ou melhor, consumistas. A consequência é óbvia na obesidade infantil, na erotização precoce, nos valores materialistas...
Quem salvará nossas crianças?
Penso que não exista um salvador das crianças, assim como não existe um salvador da pátria. O trabalho não será de um ou outro herói, a educação das crianças e dos jovens não se processa única e exclusivamente na escola, embora dela não deva prescindir. É um conjunto de elementos mediadores da realidade que nos circula, sempre muito complexa e contraditória que nos faz enquanto um ser genério em-si (individualista) ou para-si (coletivista). É atacando o conjunto destas mediações pela ação humana consciente de uma outra materialidade sócio-metabólica das relações humanas que iremos, no próprio movimento do real, desenvolvendo outras sociabilidades que não precisem de marketing ou qualquer coisa que o valha para existir. Como nos diz marx, destruir as ilusões, é destruir uma sociedade que precisa de ilusões para existir.
A questão é que ideologia está sendo inscrita nesses espaços já legitimados socialmente, pois o tratamento da aparência parece querer sobrepor-se ao conteúdo ou desviar-se dos problemas que são da ordem do conteúdo.
Acredito que se trata de uma reinvenção da escola por meio de elementos valorizados pela lógica do capital e do consumo pautada na reverência às coisas e não às pessoas (Chomsky). As pessoas, nessa lógica, são reificadas, tornam-se coisas e são significadas como tal.
Postar um comentário