segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Tragédia na Fonte Nova (Parte 2)



Quem são os culpados? Quem vai pagar pelos acontecimentos ocorridos no final da partida de ontem no Estádio Octávio Mangabeira, mais conhecido como Fonte Nova, quando no lugar dos gritos de alegria e de festa pela ascensão do Esporte Clube Bahia à Série B do Campeonato Brasileiro, tivemos choros e gritos de angústia e desespero por conta das vítimas do desabamento de uma parte da arquibancada?

Essas perguntas atravessaram toda a programação do “Se liga Bocão”, e do “Balanço Geral”, dois dos principais programas populares aqui de Salvador que vão ao ar todo meio-dia.

Importante salientar que todos os dois programas são ancorados por radialistas. Um, que atualmente trabalha nas transmissões esportivas pela transamérica e o outro, que já trabalhou por muito tempo como comentarista esportivo.



Todos os dois buscaram culpados pela tragédia que acabou sobrando para o Governo do Estado e o Superintendente da SUDESB (Superintendência de Desportos do Estado da Bahia), o ex-jogador do Bahia, Bobô.

Sem querer tirar as responsabilidades dos elementos citados acima, gostaria de pontuar o que considero ser importante. Em nenhum momento a imprensa esportiva baiana, que vive a incentivar os torcedores do Bahia para que encham a Fonte Nova, para que lotem o estádio e prestigiem o seu “esquadrão de aço”, se posicionou de forma crítica sobre os seus próprios atos.

Se a imprensa sabia dos laudos técnicos sobre a Fonte Nova que apontavam para uma reestruturação da mesma, por que incentivava tanto os torcedores a irem ao estádio? Por que ao invés disso, não esclarecia o torcedor sobre os riscos iminentes de uma lotação excessiva da Fonte Nova?

Agora a mesma imprensa que aplaudia os 50, 60 mil torcedores que iam à Fonte Nova torcer pelo seu time do coração, que enaltecia em todas as programações radiofônicas ligadas ao esporte o fato de em plena série C, o time do Bahia colocar uma média de mais de 30 mil torcedores por partida, apedreja o Estado, que diga-se de passagem não pode se responsabilizar em manter e construir uma praça esportiva para uma agremiação de cunho privado, seja ela qual for.

Mas isso é assunto para um outro comentário. Por ora, fica aqui registrado a necessidade da imprensa esportiva baiana fazer o seu dever de casa, registrando também, não a sua culpa, mas ao menos a sua parcela de responsabilidade no episódio.

4 comentários:

Anônimo disse...

A cultura egocentrica e narcisista baiana dá mais uma vez mostra de sua arrogancia, pretenciosismo e sensacionalismo. Ora, se tivesse dado tudo certo na Fonte Nova, as emissoras de rádio e tv disputariam a tapas os louros do feito. por outro lado , quando os onus procuram seus credores, estes malufistamente, não tem nada a ver com a conta. Este episódio é do meu ponto de vista uma excelente oportunidade para uma reflexão crítica por parte dos torcedores, que devem se previnir contra os oportunistas de plantão que adoram ver o circo pegar fogo. Assim como é também uma grande oportunidade da imprensa baiana repensar o seu lugar na vida dos ouvintes, leitores e telespectadores.

Anônimo disse...

NÓS PROFESSORES E ALUNOS DO COLEGIO ESTADUAL DA FONTE NOVA, LOCALIZADO AO LADO E ABAIXO DO ACIDENTE QUE CEIFOU 7 PROLETÁRIOS, JÁ IDENTIFICÁVAMOS DE HÁ MUITO TAIS PROBLEMAS COM AS ARQUIBANCADAS...APÓS UM GRANDE JOGO, SOFRÍAMOS COM O ODOR FÉTICO DE URINA QUE CAÍA EM CIMA DAS SALAS DE AULA, BEM COMO, PARTES DA ARQUIBANCADA CAÍAM E QUEBRAVAM O FORRO DE GESSO...AGORA A ESCOLA FOI INTERDITADA...TEMOS 600 ALUNOS DO FUNDAMENTAL AO ENSINO MÉDIO..A TRAGÉDIA PODERIA TER SIDO MAIOR..." ENQUANTO NÃO PUNIRMOS OS CULPADOS EXEMPLARMENTE, NAS MAIS VARIADAS ÁREAS, NÃO HAVERÁ CRESCIMENTO DA ÉTICA E MORAL NO PAÍS "....PROF. ZHUKOV

Unknown disse...

Concordo plenamente com o comentario do preofessor Welinton Araujo quando o mesmo se refere a imprensa bahiana, e gostaria de fazer um comentario a respeito de declarações de um cronista. Esse tal de Bocão(Zé Eduardo) já ta levando pro lado do fanatismo haja visto que em seus comentarios(feitos a pouco tempo na tv), coloca a Fonte Nova como um "elefante branco" se não vejamos:(Elefante Branco:Coisa de pouca ou nenhuma importância prática. [Dic. Aurélio] e chega até chamala de "lixo da cidade", hora bolas, se a Fonte Nova mesmo sem condições de ser frequentada conseguiu manter uma media de 30000torcedores por jogo do Bahia o que comcerteza ajudou e muito a manter os salarios em dia do Bahia já mais pode ser comparada a um equipamento com pouca ou nehuma importancia prática.Acredito que radialista como esses deveriam repensar mais nas coisas que falam e parar de se aproveitar com episódios como esse para tentar ganhar audiência gerando polêmicas infundadas.

Anônimo disse...

Meu caro Sérgio, infelizmente a mídia brasileira sustenta-se na miséria alheia, e na minha humilde opinião por um motivo, os brasileiros fomentam essa prática, dão audiência a programas e matérias que pouco ou nada podem contribuir para as suas vidas e o pior de tudo fazem isso sem nenhuma postura de posicionar-se contra o imediatismo sensacionalista que é posto nos meios de comunicação.
Infelizmente o povo gosta de ver as tragédias, gosta de ver as ostentações perpetuadas pelas novelas globais e em momento algum se questiona o porquê de lhe ser negado aquele luxo que é mostrado, sendo que muitas vezes o único luxo que podem manter é fazer três refeições ao dia, gosta também de ver os escândalos políticos e dizer: “é por isso que eu não gosto de política!”, sendo que são os maiores responsáveis pelos políticos que estão no poder e ignoram que a política faz parte do seu dia-a-dia quer queira, quer não.
È, realmente a cada dia que passa maior é a minha convicção que o maior problema do Brasil é o povo brasileiro.