Os verdadeiros assassinos estão soltos e vestem fardas. Se traveste também de bermuda e camiseta, socam quem quiser com um sadismo extremo e empunham armas e cacetetes ao seu bel prazer como seus instrumentos fálicos (ou por falta dele).
Para a polícia militar (mesmo reconhecendo os policiais que trabalham com responsabilidade) o adjetivo de truculentos é pouco. Fazem o que querem e bem entendem e depois são julgados pela própria corporação. Que maravilha, hem? A isenção passa longe.
O que aconteceu no estádio municipal de futebol em Madre de Deus (BA) é apenas uma expressão do despreparo do policial militar que, compreendemos, não se deve só a questões psicológicas mas, também, a própria condição em que trabalham as corporações, aviltadas na sua dignidade pelo recebimento aviltante dos seus proventos.
Não obstante, se isso nos ajuda a compreender o ato de barbárie (não foi apenas um excesso, como disse o capitão Marcelo Pitta em entrevista a uma rede de televisão hoje), não justifica a agressão gratuita, agressão esta que se estende em todo o território nacional, principalmente nos espaços frequentados pelas maiorias minoritárias: os fudidos, os "geraldinos", os cordoeiros entre outros.
Tivemos exemplos de agressão gratuita, de barbárie (vale repetir) também no carnaval. A polícia bate, espanca, mata e fica por isso mesmo. Tenho colegas que já perderam entes queridos, irmãos, pais de família, amigos em função da violência policial que, enfatizo mais uma vez, tem raízes na violência maior que impera na nossa sociedade, refletida nas diversas faces das desigualdades sociais as quais "os polícia" também são vítimas.
Nesse sentido, não basta punir os infratores, policiais bandidos que dizem manter a ordem provocando a ira de quem tá perto e de quem assistiu pela televisão, ampliando ainda mais o grau de indignação em que vivem as pessoas conscientes das relações sociais em que são submetidas, gerando mais ódio e revolta, potencializando novos atos de violência, pois violência gera mais violência.
O Estado deve punir os policiais que participaram do ato bárbaro, deve idenizar a vítima de violência e buscar ampliar o processo de formação humana dos policiais, preparando-os para servir a sociedade, e remunerando de forma digna o trabalho destes que buscam, apesar das excessões (que infelizmente vem se configurando em regra), proteger o cidadão.
Fica aqui o meu GRITO indignado. Faço minhas as palavras da música cantada pelos Titãs que reproduzo abaixo.
Polícia (Titãs)
Dizem que ela existe pra ajudar
Dizem que ela existe pra proteger
Eu sei que ela pode te parar
Eu sei que ela pode te foder
Polícia para quem precisa
Polícia para quem precisa de polícia
Polícia para quem precisa
Polícia para quem precisa de polícia
Dizem pra você obedecer
Dizem pra você responder
Dizem pra você cooperar
Dizem pra você respeitar
Polícia para quem precisa
Polícia para quem precisa de polícia
Polícia para quem precisa
Polícia para quem precisa de polícia
Polícia para quem precisa
Polícia para quem precisa de polícia
Polícia para quem precisa
Polícia para quem precisa de polícia
Flamengo e Atlético-MG
Há 2 semanas
5 comentários:
Wellington, louve-se a postura do Capitão na entrevista. Demonstração de equilíbrio nas respostas. Esse equilíbrio que falta em boa parte da corporação. Notamos que temos uma boa renovação de comandantes nas instituições militares. Em Itabuna, as atitudes do Coronel Nonato é de extrema sensibilidade com os problemas sociais e se engaja cotidianiamente com todos os segmentos organizados buscando minorar esse quadro de violência. Concordo que estrutura logística e humana tem que melhorar bastante para atender a todos os apelos que uma sociedade, como a nossa,merece.
Wellington, ainda bem que vc tem "voz" para gritar sua indignação. Eu, ao contrário, perdi a "voz"... Então, só posso dizer que sua voz é minha voz... Concordo com cada palavra, virgula, ponto ... Você fez uma análise realista da situação dos policiais... Deu a "César o que é de César" ... E para completar: ... "formação humana para os policiais"... Perfeito.
Simplesme fantástica a análise. Fiquei muito feliz em vê um texto coerente ser escrito sobre o fato lamentável ocorrido em madre de deus. Parabéns!!!
OS COMENTÁRIOS ACIMA FORAM RETIRADOS DE UM OUTRO BLOG (FOME DO LEÃO) CUJO O TEXTO FOI TAMBÉM REPRODUZIDO. POR ISSO ELES ESTÃO DATADAS DO MESMO DIA E CONTÉM OS MESMOS HORÁRIOS.
Até quando vamos suportar tanta "truculência" dos "homens da lei" ou será dos "fora da lei?????
Anônima
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