Estava com a edição de número 59 da revista Caros Amigos em mãos. Nesta, tinha um instigante assunto sobre o esporte com um título mais do que polêmico ESPORTE MATA!!!.
O interessante, é que o artigo foi escrito por um MÉDICO, o doutor José Róiz, que frequentava também a revista brasileira de medicina, escrevendo sobre outros assuntos.
Achei o artigo interessante para poder ser debatido em sala de aula. Estava pensando sobre isso quando encontrei com dois professores. Falei sobre o artigo e ambos foram taxativos ao afirmar que o cara era um maluco. Como é que podia o esporte matar!!!
Perguntei se eles tinham lido o artigo. Resposta: você acha que eu vou perder o meu tempo lendo um louco deste?
Estava perdida a oportunidade de debate em sala de aula, ao menos para eles. Que pena. Os alunos deixariam de acessar um contra-argumento sobre a falácia do esporte, da saúde, da atividade física.
Não se tratava de negar o esporte e a sua importância como fenômeno social, nem tampouco de deixar de considerar a atividade física como um dos elementos estruturante de uma boa saúde, mas de discutir, refletir sobre os argumentos bioquímicos que davam base para o argumento do "médico louco" (diz o ditado que todos nós temos um pouco de médico e de louco).
Assim como o artigo de Róiz não ficou conhecido, outras literaturas da área que trazem um argumento diferente sobre o tema SAÚDE do que é comumente utilizado por nós, professores, também passa ao largo dos bancos universitários. É o caso do livro O MITO DA ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE, da Yara Maria de Carvalho, do de Sólomon, O MITO DO EXERCÍCIO e o mais recente, SAÚDE EM DEBATE NA EDUCAÇÃO FÍSICA, desenvolvido pelo GTT de atividade física e saúde do CBCE (Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte).
Ficam os alunos, então, com uma formação pela metade. E nós, professores, perdemos a oportunidade de trabalhar com o contraditório, algo essencial para o desenvolvimento do senso crítico.
Juntamos então duas coisas que ao meu ver, não permite uma formação humana mas sim, uma brutalização do homem e da mulher, que a passos largos caminham para a barbárie: um recuo da teoria e um distanciamento do debate.
Mas podemos mudar isso. Existe uma luz no fim do túnel e não é um vaga-lume. Assim penso. Nisso acredito. Para isso, luto!!!
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O CONTEÚDO ACIMA FOI DIVULGADO EM UMA LISTA DE DISCUSSÃO A QUAL EU FAZIA PARTE. EMBORA ISSO TENHA SIDO EM 2005, A LÓGICA DO CONTEÚDO É ATUAL.
Você que chegou até aqui, não esqueça de clicar nas palavras iluminadas em verde.
Flamengo e Atlético-MG
Há 2 semanas
2 comentários:
Concordo com Welington quando fala que nós,educadoras e educadores, não podemos assumir postura de "donas/donos da verdade", pois, se há divergências sobre a questão da saúde X exer-
cícios físicos, afirmo com convicção que não há divergências na questão: o debate é essencial na construção do senso crítico.
ANÔNIMA
Gostei do lembrete,pois sempre esqueço de clicar.
O que percebo por vezes é que os professores (em sua grande maioria) só refletem sobre aquilo que acreditam, nunca trazem o contraditório e é aí que acontece o debate, a formação da criticidade...precisamos estar antenados ao assuntos pertinentes à area seja concordando ou não...
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